sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Todo carnaval tem seu fim

Bem... nem sei como começar!
Um carnaval inesquecível desse não é todo ano que enfrento.
Mas por onde começar?
Primeiro tive que dar uma chorada na Olinda para ela me liberar na quinta e na sexta. Eu que tava trabalhando desde dezembro merecia ter um carnaval mais esticado.
Não dava para pegar o carro na sexta. (Sair daqui pra recife no trânsito da sexta seria suicídio.)
Na quinta muito cedo já estava eu com minha mochila nas costas esperando o André, o Marcelo, a Juliana e o Emídio chegarem. Fui dirigindo até Mossoró. No carro já escutávamos frevo e a animação já pegava. Depois de Mossoró o Marcelo pegou a direção e eu abri uma cerveja gelada no banco de traz. Chegamos a noite e resolvemos ficar no hotel. Todo mundo cansado e tínhamos que guardar energias para o carnaval. Por isso uma boa noite de sono veio bem a calhar.

Sexta feira!

Pela manhã fomos para o centro histórico. A cidade ainda estava se preparando para o fuá, mas nós, como bons arquitetos, não dispensamos uma boa andada pela cidade olhando para todos os lados e reconhecendo cada estilo arquitetônico. Mais tarde voltamos para o hotel e o André saiu para comprar minha passagem de volta e pegar as meninas no aeroporto. Depois de levar 5 horas para fazer isso e da gente passar um mau momento de preocupação, descobrimos que tudo isso foi um engarrafamento. (ainda bem!)
A noite fomos para Olinda. Muita farra mas meu corpo e minha mente ainda sentiam a ressaca dos trabalhos no HABITAFOR. Tava precisando de mais coisa para ativar o carnaval. Bebemos um pouco. Todo mundo fica bêbado (menos eu) e começa a brincadeira.
Passar carnaval em Olinda é sinônimo de muito frevo no pé e muito beijo na boca. (Mas comigo ainda não.) O André passa mal e as meninas querem ir para o hotel. Antje e Sandra ainda estavam com o fuso de Berlin e eu já não agüentava mais os gritos da Juliana bêbada: “Thêmis! Você ainda não beijou ninguém?!”.
Vi quando a Cristine chegou da farra. (5 horas eu acho.) No sábado é que tudo começa.

Sábado!

Pois é! Estou pronta! Onde é mesmo o caminho da folia?
Foi assim que me levantei no sábado.
Os meninos inventam de comprar água e novamente um chá de cadeira de horas. Pela TV o galo da madrugada começa a desfilar e eu já furiosa. Mais de 2 horas toda fantasiada de bruxa para pular o carnaval e o povo vacilando.
Resultado: Ou eu ficava esperando e perdia a vontade de pular ou então eu ia sozinha e me virava por lá no meio da multidão. Marcava uma hora e me encontrava depois com o resto do povo. (qual a opção mais óbvia?)
Me mandei! SO-ZI-NHA. Foi maravilhoso.
Nenhuma amiga para segurar vela. Nenhum amigo para queimar o filme. Acho que nunca beijei tanto na vida! E o melhor, só homens maravilhosos!
Conselho às mulheres solteiras que vão à Olinda pular carnaval: O grande lance é passar pela Rua do Bonfin. Só Deuses gregos implorando por beijos.
No entanto aconteceu a piada do dia. Ia passando pela ribeira e passaram 2 Bob esponja do meu lado (pedindo beijo, lógico!). mas meu controle de qualidade rejeitou. Imediatamente escutei: “ÔÔÔÔÔ...... Ô TRAVESTI LIIIINDA!!!”
Todo mundo olhou pra mim. Não sabia onde enfiar a cara. Mas tudo bem... brincadeira de carnaval... sem ofensas!
Encontrei com o povo 2 horas no local marcado. Sobe ladeira, desce ladeira sempre atrás do bloco. Uma hora frevo, outra maracatu, depois dá uma paradinha no samba. Uma festa sem tamanho. Mas no meio disso tudo. Olhares se cruzam. (Que cara liiiindo! E acho que conheço.) Com um pouquinho mais de atenção e sendo carregado pela multidão que ia ao contrário do meu sentido, ele resiste e para ao meu lado dizendo: “Eu te conheço.” (Não, não era uma cantada barata!). Pergunto o nome e ele diz: “Fred.” Lembro-me então do carnaval de 2000. (Meu Deus! É ele!) E ele diz: “Sou arquiteto e acho que você também é. Você não é aquela menina de uns anos atrás?” (Meu Deus! Sou eu mesma! Thêmis resista pelo menos alguns minutos!)
“É... que boa memória heim? Bem Fred, tenho que ir, acho que me perdi dos meus amigos.”
“Bem... eu acho que você não está exatamente perdida! Eu estou aqui!” (AAAHHH!)
Depois daquele beijo eu me apaixonei! Mas... por mais que fosse ELE. Era só o primeiro dia e eu realmente não queria ficar perdida do povo. Não queria arriscar voltar sozinha no meio de tantos bêbados para o hotel. E por fim, era apenas o começo do carnaval, não vamos nos amarrar a ninguém né?
“A gente se encontra por aí Fred.”
Depois disso foi minha vez de ficar mais pra lá do que pra cá.
Resultado: Não tive mínimas condições de voltar á noite para a festa. Mas... tudo bem... sem stress, amanhã eu tiro o atraso.


Domigo!

Mais uma vez, quem não fica na balada da noite sou eu, a Antje e Sandra. Assim fomos as únicas a acordar na hora. O resto tudo de ressaca, dormindo o sono que não tinham dormido de noite!
Sem problemas: Vamos eu, Antje e Sandra primeiro. Marcamos no mesmo lugar às 2 horas. Chegamos no centro e vamos lá... mais uma vez... sobe e desce ladeira. Muita gargalhada e beijos.
2 horas da tarde e as alemãs não agüentam o sol, o calor e a batucada. Resolvem voltar para o hotel. Mas voltar para o hotel 2 horas? Eu? Nããã! Resolvo ficar e esperar o resto do povo.
Sozinha de novo. Mas tendo que ficar no mesmo canto, esperando o povo chegar. (que saco!). Cinco horas o Quarto das Cinzas ia tocar no varadouro, não podia perder. A chance de eu encontrar com a Thais e o Thales naquela confusão. Na espera conversa vai conversa vem com um carioca. “Bem... e aí? Me acompanha?” (claro meu filho, estou aqui sozinha, não?)
Quando deu três e meia desisti de esperar o povo. Fui com Guido para o Varadouro. (Muito, muito bom!). Ficamos lá até umas cinco. Voltamos para casa dele e comemos um sanduba daqueles. Cara muito legal... Papo legal... (e beijos também!)
Estava já escuro e tive que voltar ao hotel. Como um bom cavalheiro me levou ao ponto de ônibus e esperou até o busão passar.
A noite me arrumei toda para ir para Recife antigo encontrar com a Thais. O povo apareceu no Hotel meia noite. Todo mundo muito bêbado. Depois soube que a Cristine tinha passado mal e o povo só conseguiu chegar no local marcado quatro horas. Por isso resolveram ficar direto.

Segunda!

O dia do perigo.
Estava eu endiabrada! Mascarada, com aquele tridente na mão e um sorriso maquiavélico nos lábios. Ninguém duvidava das minhas intenções.
Desta vez fomos o grupo todo juntos. (Chega de desencontros!).
Chegando lá desviamos da casa do Guido. Cara legal mas eu estou solteira e estou A-DO-RAN-DO!
O povo não agüentou o pique. Apenas eu e o André resistimos. Resolvemos então seguir o bloco da administração. Bloco maldito chamado “abra seu negócio”.
Entrando na Rua do Bonfin um idiota arrumou briga com um dos caras da banda! (como foi que ele conseguiu) mas também foi coisa de mané. Imagina quanta gente apareceu para defender o carinha da banda? Depois do chega disso bota o bloco pra frente. Não andamos alguns metros e lá vem o idiota de novo mostrando uma arma. Eita que foi empurra empurra. Mas tudo bem... nada aconteceu. Mostraram para o cara que ele realmente (na segunda tentativa) tinha provado ser um idiota total. A multidão respondeu com coisas como: “Viadinho, Viadinho...” Segue o bloco!
Depois de entrar no ritmo de “Bandeira branca amor, não posso mais...” olho para o lado e vejo os olhos de Fred, vestido de Alceu Valença. E ele puxa no meu braço e diz: “Eita diaxo! Que diabinha é essa?” e eu “Eita meu pernambucano, venha cá!” (Oxe que fogo! Mas antes que se apague vou indo para deixar um gostinho. Ainda tem muito bloco pra seguir!).
Depois de estar nas nuvens vem o inferno. Eu e o André, seguindo o bloco maldito, ao chegar nos quatro cantos a gente cruza com outro bloco. Tanta gente, tanta gente que começa um empurra empurra que eu nunca tinha visto na vida. De repente o meu tridente se vai. Depois minha maior preocupação com o André seria manter o centro de equilíbrio. Não poderíamos cair. (Nesta hora fiquei com medo). Se a gente caísse poderia acontecer algo mais sério. Depois de 20 minutos de empurrões, sem ar e com os pés lascados a gente conseguiu descer pela 7 de setembro. Quando saímos da confusão eu não tinha tridente, nem garrafa d´água, meu vestido tinha rasgado e eu percebi um monte de arranhões nas pernas. Uma verdadeira aventura!
Mas não perdemos o pique. Descemos a rua e fomos para ao 085, aquele lugar que só dá cearense. Encontrei com o povo todo da arquitetura (os do bem, lógico). A melhor foi a do rógeres:
Passa uma menina vestida de onça e ele diz:
-Ei! Qual é a fantasia?
-Num dá pra perceber não?
O Rogeres olha, olha e depois de um suspiro ele pergunta:
- humm... é de gato véi é?
Desta eu quase morro de rir!
À noite fomos para Recife antigo. Muito calmo! Encontro a Thais indo embora. Os meninos não têm vontade de ficar no Rec-Beach. Ok! A maioria ganha: Vamos voltar ao hotel!

Terça!

Buááá!
Ùltimo dia vamos aproveitar!!!
É de fazer chorar, quando o dia amanhece e obriga o frevo acabar! Ó quarta feira ingrata, chega tão depressa só pra contrariar!”
Bem... falar de terça vai ser uma mistura de todos os dias. Uma hora perdida, outra beijando. Encontrei com o Fred (Que maravilha! Peguei até contatos para outra viagem a recife! Que saudades!). O carioca também apareceu pela frente e sabe como é...
Cervejinha pra cá. Encontra com o povo no 085. O Rógeres de novo chamando a menina fantasiada de she-ha e xuxa. (Terríível!) André passando mal. Marcelo também.
O povo volta para o Hotel e eu fico na confusão. Escurece e o povo chega lá pelas oito. (e eu desde oito da manhã na confusão) Resultado: chegamos uma da manhã no hotel. Eu estava mais pra lá do que pra cá. Mas consegui acordar a tempo na quarta para pegar meu ônibus para Fortaleza.
Na quarta o dia inteiro na viagem. E hoje.... muuuuito trabalho.

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