terça-feira, março 15, 2005

para os de coração endurecidos

Mudei meu telefone. Liguei para quase todo mundo para dar o novo número. Agora meus amigos que têm oi 31 anos podem me ligar à vontade no final de semana.
E o final de semana?
Bem estranho.
Primeiro porque eu fui para um churrasco com o pessoal do colégio. Muitas gargalhadas. (É bom rever todo mundo.).

Sábado eu estava querendo sair. Queria ver pessoas. Não queria abraçar nem badalar. Tava tranqüila, sem pretensões. Fui para um aniversário, depois para um bar onde um amigo estava tocando. Sentada ao balcão, tomando meu drink preferido uma pessoa me aborda, conversando, sorrindo. Profissão: baterista.
Não durou muito para eu perceber a aliança no dedo. (o carinha ficou feio em questão de segundos). Desconversa daqui, desculpas pra lá, escorrego para o outro lado do bar: OK, cansei! Para onde vou agora?
Entro no carro e o telefone toca. Notícias de uma festa boa na área.
Rever outros amigos, escutar as velhas músicas. Naquele mesmo ambiente escuro com fumaça de cigarro no ar. Lâmpadas laranja e azul e aquele globo girando no teto. Um bom jogo na sinuca quando alguém cochicha ao meu ouvido. Aquele perfume que conheci um dia. Profissão: Baterista (meu carma!). Outra vez aquela argola no dedo.
Mais um! Mais um! Por que eu?
Percebo que essa cidade me decepciona! Os homens dessa cidade me enojam!
Ainda penso na lembrança de um olhar lânguido, apesar de ter sido falso. Às vezes sinto falta de me enganar, achar que algo pode ser assim tão verdadeiro.
Declarações cínicas. Comentários bobos.
Queria acreditar.
Queria mesmo.
Porém... não mais.

O sol vai nascendo. (Tá na hora de ir para casa. Os bichos da noite se recolhem)

Um comentário:

Anônimo disse...

Eles deveriam pelo menos esconder a aliança neh? :P hehe