segunda-feira, maio 09, 2005

manhã de domingo

Naquela noite ela estava se sentindo bonita. No meio de tanta gente ela estava bem consigo, tão bem que as pessoas notaram. E notaram de uma forma doce, calma, confortável.
Pela manhã ela pensava o que tinha mudado. Porque ela estava estranhando seu quarto. Parecia que ela era expectadora de sua própria vida.
Olhou para o céu azul e imaginou como estaria aquela praia paradisíaca que um dia visitara. Será que daria para escutar somente o barulho das ondas? Será que não teria alguém sozinho sentado na areia? Olhando o mar como se olhasse para dentro de si?
O travesseiro que a abraçava todas as noites agora não era suficiente.
O vento que entrava pela varanda provocou-lhe um arrepio e as pálpebras começaram a pesar. Sua atenção agora se voltara para aquela música que estava tocando quase imperceptível, vindo do som do quarto. A cada música que começava vinham lembranças de um tempo que marcou. Um tempo sem preocupações, e que, inacreditavelmente, ela voltava sentir a mesma sensação de antes. Tranqüilidade e certeza de que o próximo dia é um enigma e que aquele momento era muito valioso.

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