terça-feira, novembro 21, 2006

O que seria mais perfeito?

Muita coisa pra escrever. Uma semana em que nem sei por onde começar os relatos.

Agora foi de vez! Só aguardar o resultado. Apesar da dificuldade estou otimista. Se não der, não é pra ter sido. Mas que já me imagino voltando aos estudos é verdade.

A cidade do Rio de Janeiro é mesmo maravilhosa. Apesar de todos os avisos e os alarmes sobre violência, não dá para não se apaixonar. A atmosfera, a arquitetura, a natureza, a vida da cidade, a variedade de opções… A sensação é de que se pode conquistar o mundo. Sem ser preconceituosa, mas já sendo; os 15 dias que passei em São Paulo em 2003 não conseguiram deixar uma sensação tão boa quanto eu tive do Rio.

Conheci a Fase-RJ. Fazia tempo que queria conferir de perto o trabalho deles. Foi um dia muito proveitoso. Dia de reciclar, dia de refletir, dia de desmascarar, dia de tirar a prova dos nove. Mas depois de tanto conteúdo, nada melhor do que parar em Ipanema e ficar lá, olhando para aquele marzão, pensando na vida, sentindo, sentindo, sentindo.

O final de semana foi super especial. Fui convidada a participar de uma escalada ao morro da Urca. Um pequeno trecho, mas que realmente me maravilhou. O povo anda duvidando, como é que eu, medrosa do jeito que sou, consegui fazer uma façanha dessas? Bem… na verdade nem eu sabia que podia. Estou ainda sem conseguir colocar em palavras a sensação que tive em estar ali, junto aquele paredão de pedra, alto pra burro, olhando pra baia de Guanabara, morrendo de medo de altura, mas fascinada com tudo.

Por parte do menino Daniel e da Mônica, acabei sendo levada à Visconde de Mauá e conhecendo paisagens também fantásticas. Ambiente serrano, escutando o barulho das cachoeiras, comendo uma boa macarronada, sentindo aquele friozinho… Nossa, sem comentários. No outro dia visitamos outras cachoeiras onde a água estava tão gelada que quando mergulhei tive a sensação de ter mil agulhas perfurando meu corpo. Mas isso só dura alguns segundos, depois a gente se acostuma com a água e não sente tanto o frio. (agradecimentos especiais ao meu guia amador que conquista cada vez mais a cada olhar!)

Pra chegar de volta à terrinha tive que provar do gostinho do caos dos aeroportos. Quatro horas dentro de uma sala de embarque esperando voltar pra casa. Dentro do vôo sento ao lado de um cara meio bêbado (Bebi! Bebi! Se pudesse bebia mil! Como diz nosso amigo Jeremias e certo cidadão que insiste de maneira liiiinda em prolongar sua infância)

Retornando à rotina vejo que tenho que arrumar meu guarda-roupas, dar banho no cachorro, responder todos os e-mails que se acumularam, organizar minha estante de livros e separar os próximos que irei ler.

Mais tarde encontrar com a Anne(que já fala em ir morar no Rio). Na sexta, aniversário do André. Sábado, almoço em família. E de volta ao ritmo de pesquisas e acompanhamento das atrocidades que essa prefeitura tem aprontado no campo da Habitação. Ver direitinho essa novidade que é o novo conselho de habitação que foi criado em surdina completamente a parte do Conselho das Cidades. Engraçado como o povo do “movimento” que assume cargo público acaba tendo essa tendência de negar as bandeiras de luta e insiste nesse modelo autoritário. Parece coisa de gente que depois que chega lá, com a finalidade de abrir os canais para a população, acaba nadando no sentido contrário com medo de perder o pouco poder que acha que tem e comprometendo toda uma caminhada. Mas é isso mesmo. É hora de novas estratégias. Novos atores, mas capazes e mais realistas. Quem será?

Saudades de quem está looonge, mas que tenho certeza que irei reencontrar. Meu coração sempre terá esse pedacinho cativo.

Ao anônimo da postagem passada, obrigada pelo lindo poema de Fernando Pessoa. Sinta-se a vontade para citá-lo quantas vezes quiser. Afinal é Fernando Pessoa. Sem comentários!

4 comentários:

Anônimo disse...

Quem a vê escrevendo com pesar sobre sua atuação como crítica da (dês)gestão municipal no campo da habitação pode até pensar que você o faz por simples amargura. Por bem saber eu que não é esse o caso humildemente sugiro: faça-o com a alegria que, é certo, não te faltas. Traga para tua crítica a exuberância do teu riso encantado. Afinal, para ficar ainda no Pessoa:

“Triste de quem vive em casa
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no eguer da asa,
Fça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!"

Ailton Monteiro disse...

Oi, Themis! Que bom que vc curtiu a viagem ao Rio. Pelo visto foi tudo maravilhoso. Boa sorte, menina!

Borboleta disse...

Simples amargura não, talvez a leve sensação de impotência (talvez por que sejamos impotentes mesmo, nao depende somente de nós. Mas isso nao tira minha alegria). Em momentos que estamos abatidos, pensamos que o povo está perdendo a capacidade de se indignar e vemos que agora o tempo não está propício. Admitimos que é necessário uma maior maturação, assimilação, decantação. Mas sempre temos que nos manter de olho no que está acontecendo e isso também me faz sentir viva.
POis é Ailton, tô de volta. Quando vamos ao cinema de novo? Já foi ver Volver?
Beijos

Ailton Monteiro disse...

Quase todo fim de semana eu estou no cinema. Hehehe. Se vc se interessar pela mostra de cinema francês na parte da noite e quiser ver algum dos filmes a gente pode combinar. Deve estrear outra coisas no circuitão também. bjos!