Pois é... polemica da hora: Centro Empresarial Iguatemi que será construído nos arrabaldes da APP do Rio Cocó.
Assunto interessante esse. Incrível a mobilização social que está havendo para a “defesa” do meio ambiente. Não que eu seja a favor da construção da torre empresarial, mas acho que podemos olhar para esse episódio com outros olhares. Quais os atores envolvidos? Quais os interesses envolvidos? Qual o discurso utilizado? Jurídico, político, ambiental, social?
A utilização da imprensa está sendo imoral, por aí temos idéia do poderio econômico do Tasso Jereissate para influenciar as massas. Mas agora queria ressaltar algumas coisas que acho interessante serem questionadas:
1 – Sabemos que o processo de revisão do Plano Diretor foi realizado recentemente. Por que essas questões não foram discutidas de forma satisfatória? Por que esses conflitos não surgiram durante o processo de discussão do Plano Diretor na definição do Zoneamento? Seria porque foi um processo de legitimação de um documento produzido pela prefeitura que precisava de “participação popular” para ser legal? Seria por que a prefeitura estava mais interessada em evitar debates (conflitos) e encaminhar a proposta a toque de caixa pra câmara?(porque a utilização do LegFor poeria fazer ela perder parte da "base" política) Política da cuscuzeira? Sabe e abafa? (afinal era necessário montar aquele circo para agradar o povo com a pseudo-participação e receber as propostas do SINDUSCON por fora do circo) Seria por que o processo de sensibilização e formação da população que iria participar do processo foi a maior mentira? Não sei. Nada explica. Se os conflitos chegam a estas proporções é porque os “canais de participação” não estão funcionando.
2 – Considerando que existem questões urbano-ambientais sérias na implantação do empreendimento, alguém tem notícias da solicitação de algum Estudo de Impacto de Vizinhança feito pelo município para analisar o empreendimento? O Estatuto da Cidade ta aí desde 2001.
3 – Por que a Prefeitura está querendo aplicar a consulta popular somente para o Iguatemi? Por que a Prefeitura não fez o mesmo auê na construção daquelas torres residenciais e aquela concessionária de carros que estão na mesma situação do Centro Empresarial Iguatemi? Ahhh... não vamos brigar com o SINDUSCON, com o Tasso é mais divertido. E no final ainda conseguirei meus votos da classe média que mora por alí e financiamento para a campanha do próximo ano, pois serei democrática e ecológica. “Aos meus amigos tudo, aos meus inimigos a Lei.”
4 – Não seria a hora de uma consulta popular para a ponte sobre o Rio Cocó? Para o centro de Feiras e Eventos? Para a estação do metrô na Parangaba?A aplicação dos instrumentos é mesmo muito arbitrária. Muito fácil manipular a população em torno de questões ambientais para atacar politicamente seu inimigo. (porque todo mundo sabe que se abrir pra população a questão está resolvida: não haverá nenhuma torre empresarial.) Onde está a política habitacional para desocupar os leitos dos rios de Fortaleza e recompor a mata ciliar? Onde está a política de terra urbana para possibilitar acesso á população carente à moradia e evitar degradação ambiental. Onde está a aplicação da Lei aos Condomínios fechados implantados em dunas?
O que eu vejo é que o discurso é o correto, os motivos são errados e os meios arbitrários. Ou seja: um mar de hipocrisia.
Para ilustrar um pouco desse conflito em área nobre da nossa cidade (claro! porque pouco se mobilizaria se o Iguatemi fosse construir em cima do leito do maranguapinho. Né?), vou deixar o link do blog SOS Cocó e de uma matéria sobre isso no CMI Brasil.
Salve a Fortaleza Bela!
2 comentários:
Ahm, onde posso assinar?
Já assinou!
Beijos
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