Tudo bem… tudo bem… um tempo sem dar notícias, mas é assim mesmo, to aqui pra contar que eu estou tendo tudo o que estava desejando.
O mestrado do IPPUR correspondeu a cada expectativa minha. O primeiro bimestre acabou há um mês a ainda não consegui me recuperar das provas. É... não dá tempo pra respirar. E eu que pensei que era brincadeira quando falaram que tem professor que não respeita aluno que não esteja no final do bimestre com olheiras. (Sim... já tenho as minhas.) Tenho realmente enfiado a cara nos livros, mudando a cada dia meu jeito de ver o mundo.
Aqui no Rio é tudo meio surreal. Pra começar que a política aqui é um ninho de cobra. E não é só de corrupto não. É de bandido mesmo. Vi um dia desses que dos 70 deputados da assembléia daqui, 33 respondem por processos, dentre eles os mais escabrosos possíveis. Vide processo de aprovação de leis na assembléia do rio.
O crime organizado é meio que endeusado pela juventude dos morros, a milícia toma conta do pedaço, tem a corrupção nas instituições, tem o esquema das vans, do jogo do bicho, enfim... o caos. E não sei como essa cidade continua a funcionar. Talvez porque o Rio realmente seja liiindo e os cariocas não gostem tanto deles para agir com mais urbanidade, lutar mais por justiça social, ter menos futebol na veia e pensar em adquirir um corpo político de respeito.
Um dia no msn um amigo me perguntou o eu estava lendo no mestrado. Bem... to levando uma pancada no juízo. De cara tive que ler “O Capital” (não precisa dizer que o IPPUR é de abordagem marxista né?). Paralelamente a isso, nada mais ligth que Adam Smith, Ricardo, Weber, Durkheim, Foucault, Kuhn (que me vem logo a pergunta do Arthur: Como Foucault teu Kuhn?). Mas isso já ta sendo superado por Keynes, Schümpeter, Topalov, David Harvey, Lefevre, Francisco de Oliveira, Hobbes, Locke, Rousseau, Lenin, Gramsci, Manuel Castells, e outras leituras leves.
Agora acho que vocês devem estar entendendo porque não ando postando muito nesse blog, porque não apareço tanto msn, porque passo tanto tempo sem vaguear pelo orkut...
Vou tentar escrever quando der.
6 comentários:
Pois manda bala nos estudos que esse é o único caminho pra qualquer canto onde se pode querer chegar.
Beijos
Não entendi uma coisa. Quando você diz "os cariocas não gost(a)m tanto deles", você quer dizer que os cariocas não gostam tanto de si? Essa é uma idéia nova, para mim. :P
E pois. Essa história de ler Marx também considero essencial. Canso de ler material "científico" sobre o rock e tals, com a galera metralhando "sistema capitalista" por todo o texto, e ninguém leu Marx. Não que eu saiba ou tenha percebido. Também quase ninguém se dá ao trabalho de ler Adorno e Horkheimer, que criaram o termo "indústria cultural". Adorno não é pra enfeitar estante. (Esse trocadilho não é tão bom quanto o do Arthur, mas vá lá...) O povo do rock precisa istudá.
Não tem RSS nessa bagaça de blog, não? Feed, feed! :P
pois... A minha impressão é que os cariocas gostam de si de uma maneira individualista. Tipo: gostam do seu físico, de escutar músicas legais, de freqüentar um bar legal... Mas quando se trata de gostar de si como coletivo, nao estao nem aí se nao tem ônibus, nem se as calcadas estao quebradas, nem se a Bahia de Guanabara fede, nem quem está na assembléia, nem da corrupcao generalizada... isso aí nao é com eles.
Ah... vou ver que raios de RSS é esse pra ver se o meu tem.
beijo
Te juro como lembrei muito de ti por esses dias, que costumava debater por essas linhas.
Que tal o Schumpeter? É dos meus preferidos, apesar da idéia da destruição criadora, mas o cara é (ou era) fera. No mais, para exorcizar demônios, recomendo "Desenvolvimento como Liberdade, do Amartya Sen. Um soco no estômago da mesmice.
Beijo grande pra você!
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