E para quem pensava que a chuva seria aquela da sexta feira do carnaval que deixou 2 mortos na capital cearense se enganou. Hoje o dilúvio voltou a cair do céu e espero que a catástrofe não seja a mesma.
Mas hoje não vou ironizar. Porque seria um desrespeito àquelas pessoas que estão agora com água dentro de casa. Se vendo obrigadas a ficar lá para não perder tudo de vez. Segurando as crianças para elas não se afogarem na correnteza do Rio Maranguapinho e tentando espantar as cobras e ratos que passam nadando entre as pernas e as caranguejeiras que se abrigam entre os caibros do barraco prestes a cair.
Este é o retrato de todo inverno. O problema é grande sei, mas por ter participado do primeiro ano de gestão, também sei que seria possível amenizar esse sofrimento para boa parte das famílias. Acontece que a Prefeitura não quer. Não quer meeesmo. Dois anos se passaram e menos que 3 centenas de casas foram construídas. (!) E por quê? Posso citar vários aspectos: a completa incompetência do asno que está a frente disso, a falta de noção da problemática por toda administração, o desmantelamento da máquina administrativa, a “política habitacional” do samba do crioulo doido, a ausência de pessoas capacitadas para colocar processos licitatórios para frente e por aí vai. Dinheiro? Não... Dinheiro tem e muito, só não é permitido o acesso a ele. Deve-se primeiro passar por um processo de penitencia e súplica para a prefeitura liberar as contrapartidas necessárias para acessar o recurso do Governo Federal. Isso claro se a prefeitura fizesse concurso público para montar quadro de funcionários que produzam projetos, já que como existe um nó no setor de licitação da HABITAFOR (a incompetência é tão grande ), eles não conseguem nem desenrolar licitações para elaboração de projetos básicos. A prefeitura tem terras oriundas do fundo de terra, tem dinheiro, teria quadro de funcionários (se quisesse), teria coordenação de pessoa capacitada e eficiente (se quisesse), teria equipamentos que promovesse maior velocidade em levantamentos topográficos sem depender da SEINF (se quisesse), teria regularização fundiária (se quisesse) teria programa de ZEIS (se quisesse)...
Mas... como a prefeitura NÃO QUER, o jeito é morrer de raiva desse povo que fala demais e não faz quase nada. Incompetentes. No campo da habitação e do desenvolvimento urbano continuamos na era Juraci, contando com a mesma truculência disfarçada de participação popular. (rá, rá, rá) É rir pra não chorar. E salve a aliança Prefeitura-SINDUSCON.
Um comentário:
Eu também penso nessas pessoas à beira do Maranguapinho. Eu gosto de chuva, e me agrada ainda mais quando ela cai no interior.
Mas aqui, graças a essa triste conjuntura, a gente tem mais medo que alívio.
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