Vez por outra tenho saudade do meu antigo quarto e aquele colchão que só de chegar perto você escutava a voz dele: “Venha cá, eu quero te dar um abraço.”. Tinha também uma arara que segurava minhas roupas e eu costumava adormecer olhando para o teto do quarto. O barulho do ventilador era inconfundível. O povo sabia que eu estava em casa pelo barulho do motor. Estranhei muito quando me mudei e não precisei mais dele.
Tinha um bonequinho ao lado do meu computador. Aqueles pequenos do filme Atlantis. Hoje em dia ele está com seu dono.
São pequenas coisinhas que ficam na lembrança. Tipo quando é domingo e você acorda com: “Alô você! Vai passando o sorveteiro...” .
Mas também tem coisas que vão se apagando. Queria lembrar dos dias que não me lembro.
Fiz um curso de Inglês na Casa de Cultura assim que entrei na universidade. Ontem encontrei os livros e folheei página por página. Não lembro de nenhuma aula. O que me resta é a vaga lembrança dos meus amigos de turma. (Ta certo que nunca levei a sério meus cursos de inglês. Todo mundo sabe que eu DETESTO inglês).
A gente acaba lembrando do que se esforça para não esquecer ou então de coisas que realmente marcaram.
Por outro lado estou repetindo um curso de alemão e cada página que a professora ensina eu relembro da aula que tive anteriormente. Deve ser porque foi pouco tempo de intervalo. (bem que não faz tanto tempo assim que larguei a cultura britânica). O que me apavora é pensar que um dia poderei esquecer realmente de detalhes do dia a dia. Aqueles que eu acho mais importante: um olhar, uma piada, um cheiro, se estava chovendo ou se o ônibus atrasou. Fato é que mais dia menos dia você esquece.
Você torce para não esquecer daquele pau d’água e você encolhida embaixo da escada do Dragão do Mar, recebendo de presente um envelope cheio de fivelas e presilhas. Para repor aquela que um menino chato tinha arrancado do seu cabelo em troca de um beijo. (você quer lembrar por mais que queria equecer, se é que alguém entende)
São coisinhas e coisinhas que passam pela sua cabeça quando você vai dormir, no escuro, abraçada com seu travesseiro. Você pensa: são momentos únicos que não se repetem.
E você reza: “Obrigado meu anjo da guarda por ter me protegido no dia de hoje!”.
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